"Justiça Divina"
”Deus na sua infinita justiça..."
Sempre que oiço esta frase questiono-me sempre sobre o tipo de justiça aqui referida.
Apetece-me dirigir para quem o diz, forçar o ar mais inocente de baralhação, levantar o indicador com uma falsa vergonha e perguntar como quem fala com uma criança de cinco anos:
-Importa-se de me explicar o que é isso de "Deus e a sua infinita justiça"?
Ficando a seguir a observar os esgares parvos que vêm associados ao leque de respostas prováveis:
O de uma ignorância atrapalhada de quem não teve sequer elasticidade mental para questionar individualmente Deus, o infinito ou a justiça e é confrontado de uma só vez com "Deus na sua infinita justiça";
O ar doutoral de quem sabe explicar o significado lexical de cada uma das palavras e que se sente na obrigação de dizer algo profundo e filosófico;
O daqueles que se viram para nós indignados perguntando - Não sabe o que é Deus e a sua infinita justiça ? que Ele tenha piedade de si- ao que eu contraporia - defina-me a piedade d'Ele- mas não, não o faço, com esse se o fizesse apenas conseguiria manter-me interminavelmente num despique inútil de chavões religiosos com alguém que nos olha num misto de falsas pena e preocupação.
Como eu gostaria encontrar alguém que perante essa pergunta apenas respondesse: - Não sei, não faço a mínima ideia, nem sei quem possa saber!! Talvez uma criança... sim pergunte a uma criança, poderá ser talvez a única que lhe poderá dar uma resposta.
Uma criança sabe-a, sente-a, mas na sua ignorância e inocência puras será que a compreende? E se não a compreende como é que ma pode explicar? E se a compreender e conseguir explicar, serei eu capaz de a entender? Se o divino nos envolve, se está presente em todas as manifestações, se é omnipresente e mesmo assim não o alcanço porquê o iria entender da boca duma criança, por mais explícita que esta fosse? A resposta (que não é resposta nenhuma) poderá estar em não pensar em nada, manter o pensamento livre de pensamentos, e sentir, ser apenas uma estrada franca por onde flúem emoções sem as reter, questionar ou avaliar.
Mas a dúvida persiste, talvez não sobre a justiça divina perante a qual assumi a minha ignorância e perplexidade, mas antes sobre a interpretação dela feita por quem infelizmente não teve dúvidas.
Quem é que de nós tem a lata de invocar a justiça divina?
Se nós somos parte de Deus a justiça divina é na realidade feita por todos nós. Mas no estado em que a nossa sociedade está, vai levar ainda uma eternidade até que esta nossa justiça possa ser considerada "divina" ou sequer justa.
O mais hilariante nisto tudo, nesta nossa sociedade, é que em vez de andarmos todos a lutar por uma justiça realmente justa, está (desgraçadamente) assumido pela maioria, que o mundo é injusto e como resultado anda é tudo a lutar para que ao menos a injustiça seja em seu favor e em desfavor dos outros. E assim de justiça em injustiça andam todos a tentar comerem-se uns aos outros. E depois têm a distinta lata de se queixarem da justiça divina!!!!! Tenham paciência!!!!!
À parte disso continuo com outras dúvidas acerca da justiça divina!!
A justiça implicará aceitação, recompensa, castigo ou perdão?
A minha maior dúvida sobre a justiça divina é a incerteza entre a justiça do castigo ou do perdão. Essa incerteza deixa-me sempre na dúvida se posso pecar por ter perdão ou não pecar por ter castigo.
É referido na bíblia que não há maior alegria que o arrependimento de um pecador. Se isto é verdade, se há mais alegria nos céus pelo pecador arrependido que pelo Santo imaculado, porquê privar o Santo, se com uma vida inteira de pecado e redenção o pecador alcança tanto que o Santo sacrificado. Isto é injusto!!! Valerá o sacrifício, que por esta injustiça, a revolta pelo Santo sentida mate o santo que nele existe?
Poderíamos contrapor que, se fosse realmente Santo não sentiria revolta. Mas se não sentisse revolta nunca descobria que não era santo. E morreria santo como outros que por serem realmente Santos não sabem o que é a revolta. A linha que separa o Santo de ocasião do Santo de pura alma deve ser muito ténue.
Continuo na dúvida...
Talvez faça essa pergunta a um condenado. Um condenado revoltado com a justiça comum terá pelo menos uma opinião acerca da justiça divina.
Sempre que oiço esta frase questiono-me sempre sobre o tipo de justiça aqui referida.
Apetece-me dirigir para quem o diz, forçar o ar mais inocente de baralhação, levantar o indicador com uma falsa vergonha e perguntar como quem fala com uma criança de cinco anos:
-Importa-se de me explicar o que é isso de "Deus e a sua infinita justiça"?
Ficando a seguir a observar os esgares parvos que vêm associados ao leque de respostas prováveis:
O de uma ignorância atrapalhada de quem não teve sequer elasticidade mental para questionar individualmente Deus, o infinito ou a justiça e é confrontado de uma só vez com "Deus na sua infinita justiça";
O ar doutoral de quem sabe explicar o significado lexical de cada uma das palavras e que se sente na obrigação de dizer algo profundo e filosófico;
O daqueles que se viram para nós indignados perguntando - Não sabe o que é Deus e a sua infinita justiça ? que Ele tenha piedade de si- ao que eu contraporia - defina-me a piedade d'Ele- mas não, não o faço, com esse se o fizesse apenas conseguiria manter-me interminavelmente num despique inútil de chavões religiosos com alguém que nos olha num misto de falsas pena e preocupação.
Como eu gostaria encontrar alguém que perante essa pergunta apenas respondesse: - Não sei, não faço a mínima ideia, nem sei quem possa saber!! Talvez uma criança... sim pergunte a uma criança, poderá ser talvez a única que lhe poderá dar uma resposta.
Uma criança sabe-a, sente-a, mas na sua ignorância e inocência puras será que a compreende? E se não a compreende como é que ma pode explicar? E se a compreender e conseguir explicar, serei eu capaz de a entender? Se o divino nos envolve, se está presente em todas as manifestações, se é omnipresente e mesmo assim não o alcanço porquê o iria entender da boca duma criança, por mais explícita que esta fosse? A resposta (que não é resposta nenhuma) poderá estar em não pensar em nada, manter o pensamento livre de pensamentos, e sentir, ser apenas uma estrada franca por onde flúem emoções sem as reter, questionar ou avaliar.
Mas a dúvida persiste, talvez não sobre a justiça divina perante a qual assumi a minha ignorância e perplexidade, mas antes sobre a interpretação dela feita por quem infelizmente não teve dúvidas.
Quem é que de nós tem a lata de invocar a justiça divina?
Se nós somos parte de Deus a justiça divina é na realidade feita por todos nós. Mas no estado em que a nossa sociedade está, vai levar ainda uma eternidade até que esta nossa justiça possa ser considerada "divina" ou sequer justa.
O mais hilariante nisto tudo, nesta nossa sociedade, é que em vez de andarmos todos a lutar por uma justiça realmente justa, está (desgraçadamente) assumido pela maioria, que o mundo é injusto e como resultado anda é tudo a lutar para que ao menos a injustiça seja em seu favor e em desfavor dos outros. E assim de justiça em injustiça andam todos a tentar comerem-se uns aos outros. E depois têm a distinta lata de se queixarem da justiça divina!!!!! Tenham paciência!!!!!
À parte disso continuo com outras dúvidas acerca da justiça divina!!
A justiça implicará aceitação, recompensa, castigo ou perdão?
A minha maior dúvida sobre a justiça divina é a incerteza entre a justiça do castigo ou do perdão. Essa incerteza deixa-me sempre na dúvida se posso pecar por ter perdão ou não pecar por ter castigo.
É referido na bíblia que não há maior alegria que o arrependimento de um pecador. Se isto é verdade, se há mais alegria nos céus pelo pecador arrependido que pelo Santo imaculado, porquê privar o Santo, se com uma vida inteira de pecado e redenção o pecador alcança tanto que o Santo sacrificado. Isto é injusto!!! Valerá o sacrifício, que por esta injustiça, a revolta pelo Santo sentida mate o santo que nele existe?
Poderíamos contrapor que, se fosse realmente Santo não sentiria revolta. Mas se não sentisse revolta nunca descobria que não era santo. E morreria santo como outros que por serem realmente Santos não sabem o que é a revolta. A linha que separa o Santo de ocasião do Santo de pura alma deve ser muito ténue.
Continuo na dúvida...
Talvez faça essa pergunta a um condenado. Um condenado revoltado com a justiça comum terá pelo menos uma opinião acerca da justiça divina.
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