Sorrisos
Sorriam!!! O mundo está cheio de coisas boas!!
Há sempre alguma razão para sorrir, tal como há sempre alguma razão para optar por estar mal disposto. A diferença está na escolha de uma dessas razões para pautar o nosso dia.
É engraçado como nós, conseguimos ser o que há de melhor no mundo, mas conseguimos também ser o que há de pior. Qual será o decisor, o gatilho que faz uma pessoa ser simpática, ter uma atitude altruísta e bonita para com os outros, e que outro gatilho nos faz, passados dias, andar antipáticos e, eventualmente, sermos capazes de atitudes más e mesquinhas?
Nós somos um reflexo do que fazemos, e tudo o que fazemos gera energia! É essa energia que transmitimos aos outros. O que eu chamo de energia são apenas as nossas atitudes e o poder que elas têm de influenciar quem nos rodeia. A disposição que pomos no nosso dia a dia é transmitida a todos que nos rodeiam.
Para tentar explicar melhor imaginem estas duas situações opostas:
Acordarmos ao lado de uma pessoa bem disposta e carinhosa. Sairmos de casa e, antes de entrar no carro, pararmos num café onde somos atendidos por alguém a extravasar boa disposição que, com um sorriso de orelha a orelha, nos deseja um dia radioso. Que a seguir, na banca dos jornais somos atendidos simpática e alegremente. O jornal que compramos só traz noticias positivas (a notícia duma família que adoptou uma criança refugiada órfã; outra d'alguém doente que recebeu tais donativos que finalmente foi operada e se salvou; que o Brasil criou a maior reserva natural do mundo para salvar a floresta amazónica; que as grandes companhias do mundo decidiram dar uma boa parte dos seus lucros para obras de caridade e preservação do ambiente; que a exploração infantil finalmente acabou, etc, etc...).
Entramos depois no nosso carro e, no cruzamento seguinte, o condutor à nossa direita, com um sorriso e com um gesto simpático dá-nos passagem; ao chegar ao trabalho, os colegas recebem-nos com um sorriso de boa disposição e dão-nos a entender que para qualquer problema que possa surgir haverá sempre alguém disposto a ajudar. E por aí fora, ao longo de todo o dia...
É difícil com tudo isto a pessoa não se sentir bem! Porquê? Porque sem nos apercebermos fomos continuamente recebendo energia positiva.
Todas as situações do dia a dia atrás referidas (com excepção das notícias do “jornal maravilha”) já me aconteceram; assim, o que acabo de relatar não é de todo impossível. O que é difícil sim é acontecerem todas no mesmo dia com este encadeamento fantástico!!
Agora imaginem a situação oposta: acordam e, logo de manhã, começam com uma discussão. Ao saírem de casa e ao pararem no café são mal atendidos (a chávena é quase atirada para cima do balcão com tal má vontade que se entorna e quase vos suja a roupa). Que na banca dos jornais o jornaleiro nem olha para vós, limitando-se a estender o jornal acompanhado de um “grunhido” de enfado na entrega do troco. Ao olharmos para o jornal deparamos com mais um teste nuclear; mais uma guerra a provocar milhares de desalojados; ficamos a saber que mais alguns milhares de hectares de floresta foram queimados; que existem mais alguns milhares de seres a morrem de fome; ou ainda um tio que matou à facada a sogra da prima; etc, etc...). Depois de ler tudo isso entramos no nosso carro e um tipo qualquer de um qualquer carro atravessa-se brutalmente à nossa frente e ainda nos agride com um palavrão, deixando-nos irritados por não termos tido sequer a oportunidade de lhe responder à altura; que quando chegamos finalmente ao nosso destino, o local de trabalho, somos ignorados ou depreciados. E aí por diante...
Quase ninguém consegue resistir a esta sequência e ficar bem disposto depois disto tudo.
Gostaria de poder dizer, tal como no caso anterior, que este encadeamento de situações também é pouco provável acontecer..., mas não é. É preocupante pensar nisso, mas esta sequência de acontecimentos não é de todo incomum!! Todos nós já passámos por algo parecido.
Qual o porquê de a sequência positiva ser tão mais incomum que a sequência negativa? Mais estranho se torna se pensarmos que qualquer das atitudes ali tomadas, quer as boas quer as más, são perfeitamente possíveis e que está apenas na nossa mão escolher qual delas tomar.
Então porquê?? Porque anda o mundo mais frequentemente mal disposto do que bem disposto? Porquê acharmos que, se uma pessoa é antipática, também nós temos que o ser? A que propósito?
Por todos pensarmos dessa forma é que raramente vemos sorrisos ao longo do nosso dia; mas a culpa é apenas nossa, porque embarcamos todos nessa onda de não sermos simpáticos por os outros também não o serem.
Não é descabido pensar que quem é antipático, talvez o seja apenas por ter sido maltratado desde que saiu de casa... coitado!! Então porquê, apesar do seu ar antipático, não retribuir com um sorriso e não lhe desejar um óptimo dia? Por vezes é espantoso o resultado. Acontece vulgarmente obtermos boas surpresas decorrentes do facto de respondermos com simpatia a quem é antipático. É muito possível que a seguir vejamos esse alguém compreender que não havia razão para ter sido antipático e vê-lo tentar, para se redimir, ser simpático de alguma forma; possivelmente até de uma forma inusitada, forçando situações cuja oportunidade até já tinham passado, e que por essa razão quase se tornam caricatas.
Há uma pequena história verídica que adoro e ilustra bem o princípio que defendo:
Um avô ia todos os dias levar o neto à escola e, no caminho, paravam num quiosque de jornais onde todos os dias compravam o jornal.
Sistematicamente o jornaleiro era antipático e carrancudo ao atendê-lo, mas o avô respondia-lhe sempre com simpatia e num tom cordial. Passado algum tempo a criança perguntou ao avô porque é que tratava bem uma pessoa que era tão antipática. O avô então respondeu-lhe:
-Por duas razões meu querido neto: Em primeiro lugar porque ele possivelmente não será antipático mas sim infeliz, e que o facto de ele comprar ali o jornal todos os dias, com boa disposição, poderia ser uma forma de ajudar a melhorar o dia dessa pessoa infeliz.
Esta resposta teria bastado ao neto, mas o avô continuou:
- E em segundo lugar o que achas que deve prevalecer, a antipatia ou boa disposição?
O neto respondeu convicta e prontamente - A boa disposição...!
- Claro!!! Não achas então que o devo continuar a ser simpático? Se eu fosse antipático com ele deixaria que a má disposição dele prevalecesse e derrotasse a minha boa disposição. Se eu deixar de ser e estar bem disposto com todos à nossa volta o nosso dia ia ser bem pior.
Acho esta história brilhante!!!
Nós semeamos o que colhemos e, se pensarmos assim, a história que sempre ouvimos sobre os ensinamentos de Cristo, sobre o dar a outra face, talvez faça realmente sentido, um sentido mais lato que aquele que nos ensinaram na catequese.
Eu criticava a hipocrisia das pessoas no Natal. Porque é que os seres que se borrifavam para os outros ao longo de todo o ano, de repente, nesta época e apenas porque é Natal, resolvem lembrar-se de toda a gente?
Agora já não critico. O Natal é, na verdade, uma época verdadeiramente especial!!!
É especial porque nós a fazemos especial. Talvez decorrente de alguma pureza infantil que todos conservamos, no Natal estamos mais crentes nos outros, achamos que todos são mais simpáticos; como tal, sorrimos mais. Se todos pensarmos assim (ou pelo menos a maioria) geraremos uma onda de sorrisos e de energia positiva contagiante e, sem nos apercebermos bem porquê, todos começarão a acordar mais bem dispostas, a andar mais alegres, a acreditar mais uns nos outros; sem darmos por isso sorriremos mais para os outros e, eles por sua vez , tal como nós, a receberem mais sorrisos também.
O Natal gera sem dúvida uma onda de energia positiva. Seria só preciso conseguirmos lembrarmo-nos disso ao longo do ano, mais vezes, e praticar um pouco mais, já que um sorriso deve provocar uma reacção em cadeia a ser continuada. Algo do tipo: -“Passa ao outro e se quiseres também ao mesmo”-
O sorriso, a simpatia e a boa disposição são elementos fantásticos na nossa vida e; quem os conseguir pôr em prática é capaz de mover montanhas!!!
Feliz Natal!! E desejo-vos uma vida plena de sorrisos!!!
FM
P.S. Dedico este texto ao meu Avô Zeca.
Ele foi a pessoa mais plena de sorrisos, optimista e mais simpática que alguma vez conheci!! Ele era uma verdadeira lufada de ar fresco, para todos os que o rodeavam e por onde quer que passasse!!
Há sempre alguma razão para sorrir, tal como há sempre alguma razão para optar por estar mal disposto. A diferença está na escolha de uma dessas razões para pautar o nosso dia.
É engraçado como nós, conseguimos ser o que há de melhor no mundo, mas conseguimos também ser o que há de pior. Qual será o decisor, o gatilho que faz uma pessoa ser simpática, ter uma atitude altruísta e bonita para com os outros, e que outro gatilho nos faz, passados dias, andar antipáticos e, eventualmente, sermos capazes de atitudes más e mesquinhas?
Nós somos um reflexo do que fazemos, e tudo o que fazemos gera energia! É essa energia que transmitimos aos outros. O que eu chamo de energia são apenas as nossas atitudes e o poder que elas têm de influenciar quem nos rodeia. A disposição que pomos no nosso dia a dia é transmitida a todos que nos rodeiam.
Para tentar explicar melhor imaginem estas duas situações opostas:
Acordarmos ao lado de uma pessoa bem disposta e carinhosa. Sairmos de casa e, antes de entrar no carro, pararmos num café onde somos atendidos por alguém a extravasar boa disposição que, com um sorriso de orelha a orelha, nos deseja um dia radioso. Que a seguir, na banca dos jornais somos atendidos simpática e alegremente. O jornal que compramos só traz noticias positivas (a notícia duma família que adoptou uma criança refugiada órfã; outra d'alguém doente que recebeu tais donativos que finalmente foi operada e se salvou; que o Brasil criou a maior reserva natural do mundo para salvar a floresta amazónica; que as grandes companhias do mundo decidiram dar uma boa parte dos seus lucros para obras de caridade e preservação do ambiente; que a exploração infantil finalmente acabou, etc, etc...).
Entramos depois no nosso carro e, no cruzamento seguinte, o condutor à nossa direita, com um sorriso e com um gesto simpático dá-nos passagem; ao chegar ao trabalho, os colegas recebem-nos com um sorriso de boa disposição e dão-nos a entender que para qualquer problema que possa surgir haverá sempre alguém disposto a ajudar. E por aí fora, ao longo de todo o dia...
É difícil com tudo isto a pessoa não se sentir bem! Porquê? Porque sem nos apercebermos fomos continuamente recebendo energia positiva.
Todas as situações do dia a dia atrás referidas (com excepção das notícias do “jornal maravilha”) já me aconteceram; assim, o que acabo de relatar não é de todo impossível. O que é difícil sim é acontecerem todas no mesmo dia com este encadeamento fantástico!!
Agora imaginem a situação oposta: acordam e, logo de manhã, começam com uma discussão. Ao saírem de casa e ao pararem no café são mal atendidos (a chávena é quase atirada para cima do balcão com tal má vontade que se entorna e quase vos suja a roupa). Que na banca dos jornais o jornaleiro nem olha para vós, limitando-se a estender o jornal acompanhado de um “grunhido” de enfado na entrega do troco. Ao olharmos para o jornal deparamos com mais um teste nuclear; mais uma guerra a provocar milhares de desalojados; ficamos a saber que mais alguns milhares de hectares de floresta foram queimados; que existem mais alguns milhares de seres a morrem de fome; ou ainda um tio que matou à facada a sogra da prima; etc, etc...). Depois de ler tudo isso entramos no nosso carro e um tipo qualquer de um qualquer carro atravessa-se brutalmente à nossa frente e ainda nos agride com um palavrão, deixando-nos irritados por não termos tido sequer a oportunidade de lhe responder à altura; que quando chegamos finalmente ao nosso destino, o local de trabalho, somos ignorados ou depreciados. E aí por diante...
Quase ninguém consegue resistir a esta sequência e ficar bem disposto depois disto tudo.
Gostaria de poder dizer, tal como no caso anterior, que este encadeamento de situações também é pouco provável acontecer..., mas não é. É preocupante pensar nisso, mas esta sequência de acontecimentos não é de todo incomum!! Todos nós já passámos por algo parecido.
Qual o porquê de a sequência positiva ser tão mais incomum que a sequência negativa? Mais estranho se torna se pensarmos que qualquer das atitudes ali tomadas, quer as boas quer as más, são perfeitamente possíveis e que está apenas na nossa mão escolher qual delas tomar.
Então porquê?? Porque anda o mundo mais frequentemente mal disposto do que bem disposto? Porquê acharmos que, se uma pessoa é antipática, também nós temos que o ser? A que propósito?
Por todos pensarmos dessa forma é que raramente vemos sorrisos ao longo do nosso dia; mas a culpa é apenas nossa, porque embarcamos todos nessa onda de não sermos simpáticos por os outros também não o serem.
Não é descabido pensar que quem é antipático, talvez o seja apenas por ter sido maltratado desde que saiu de casa... coitado!! Então porquê, apesar do seu ar antipático, não retribuir com um sorriso e não lhe desejar um óptimo dia? Por vezes é espantoso o resultado. Acontece vulgarmente obtermos boas surpresas decorrentes do facto de respondermos com simpatia a quem é antipático. É muito possível que a seguir vejamos esse alguém compreender que não havia razão para ter sido antipático e vê-lo tentar, para se redimir, ser simpático de alguma forma; possivelmente até de uma forma inusitada, forçando situações cuja oportunidade até já tinham passado, e que por essa razão quase se tornam caricatas.
Há uma pequena história verídica que adoro e ilustra bem o princípio que defendo:
Um avô ia todos os dias levar o neto à escola e, no caminho, paravam num quiosque de jornais onde todos os dias compravam o jornal.
Sistematicamente o jornaleiro era antipático e carrancudo ao atendê-lo, mas o avô respondia-lhe sempre com simpatia e num tom cordial. Passado algum tempo a criança perguntou ao avô porque é que tratava bem uma pessoa que era tão antipática. O avô então respondeu-lhe:
-Por duas razões meu querido neto: Em primeiro lugar porque ele possivelmente não será antipático mas sim infeliz, e que o facto de ele comprar ali o jornal todos os dias, com boa disposição, poderia ser uma forma de ajudar a melhorar o dia dessa pessoa infeliz.
Esta resposta teria bastado ao neto, mas o avô continuou:
- E em segundo lugar o que achas que deve prevalecer, a antipatia ou boa disposição?
O neto respondeu convicta e prontamente - A boa disposição...!
- Claro!!! Não achas então que o devo continuar a ser simpático? Se eu fosse antipático com ele deixaria que a má disposição dele prevalecesse e derrotasse a minha boa disposição. Se eu deixar de ser e estar bem disposto com todos à nossa volta o nosso dia ia ser bem pior.
Acho esta história brilhante!!!
Nós semeamos o que colhemos e, se pensarmos assim, a história que sempre ouvimos sobre os ensinamentos de Cristo, sobre o dar a outra face, talvez faça realmente sentido, um sentido mais lato que aquele que nos ensinaram na catequese.
Eu criticava a hipocrisia das pessoas no Natal. Porque é que os seres que se borrifavam para os outros ao longo de todo o ano, de repente, nesta época e apenas porque é Natal, resolvem lembrar-se de toda a gente?
Agora já não critico. O Natal é, na verdade, uma época verdadeiramente especial!!!
É especial porque nós a fazemos especial. Talvez decorrente de alguma pureza infantil que todos conservamos, no Natal estamos mais crentes nos outros, achamos que todos são mais simpáticos; como tal, sorrimos mais. Se todos pensarmos assim (ou pelo menos a maioria) geraremos uma onda de sorrisos e de energia positiva contagiante e, sem nos apercebermos bem porquê, todos começarão a acordar mais bem dispostas, a andar mais alegres, a acreditar mais uns nos outros; sem darmos por isso sorriremos mais para os outros e, eles por sua vez , tal como nós, a receberem mais sorrisos também.
O Natal gera sem dúvida uma onda de energia positiva. Seria só preciso conseguirmos lembrarmo-nos disso ao longo do ano, mais vezes, e praticar um pouco mais, já que um sorriso deve provocar uma reacção em cadeia a ser continuada. Algo do tipo: -“Passa ao outro e se quiseres também ao mesmo”-
O sorriso, a simpatia e a boa disposição são elementos fantásticos na nossa vida e; quem os conseguir pôr em prática é capaz de mover montanhas!!!
Feliz Natal!! E desejo-vos uma vida plena de sorrisos!!!
FM
P.S. Dedico este texto ao meu Avô Zeca.
Ele foi a pessoa mais plena de sorrisos, optimista e mais simpática que alguma vez conheci!! Ele era uma verdadeira lufada de ar fresco, para todos os que o rodeavam e por onde quer que passasse!!
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k.